O facto do meu irmão mais velho ter falecido após 11 dias de vida, traumatizou os meus progenitores. Talvez por isso tenham adiado os planos para constituírem descendência.
O meu irmão Fernando só cá “apareceu” em 16 de Janeiro de 1959, ou seja quase 6 anos depois! As conversações e os treinos foram sendo realizados e só quando já o episódio estava quase ultrapassado, então voltaram a acreditar.
A coisa correu bem, o Fernando saiu um puto todo bonito, saudável e forte!
-“Mais um homem para a guerra!” – era assim que muita gente comentava quando naqueles anos um rapaz nascia nas famílias! A guerra colonial estava a decorrer e então era precisa “carne para canhão”!
Aconteceu mais um facto interessante, com a eventualidade do meu nascimento.
O meu falecido irmão mais velho, foi baptizado à pressa dadas as suas condições físicas, com o nome de Carlos Rodrigues da Rocha.
Com o aparecimento do meu irmão Fernando, em 1959, constatei que os meus pais o baptizaram com o nome de Fernando Veloso da Rocha. Não lhes passou pela cabeça utilizar o mesmo nome no filho seguinte, não fosse o “diabo tecê-las”!
No entanto… e depois de terem ganho confiança com o facto de o Fernando ter vingado, então lá arriscaram e deram o mesmo nome ao 3º filho nascido! Por acaso fui eu! Daí que eu diga e sinta em mim uma dupla responsabilidade em viver esta vida que me foi milagrosamente atribuída. Por mim e pelo meu falecido irmão! Não sei se estive à altura do desafio, se bem que tenha feito por isso!
Acho contudo muito interessante toda a sequência dos acontecimentos ocorridos.Quando olho para trás e reflicto sobre todos estes factos, leva-me a fazer um puro exercício de imaginação. O caminho da vida e a nossa própria existência é fortemente influenciada pela sucessão destes pequenos episódios que ao serem encadeados formam a nossa realidade física e dimensional! Interessante mesmo!